quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Pobre Natal...

"Não existe o Natal ideal, só o Natal que você decida criar como reflexo de seus valores, desejos, e tradições."
(Bill McKibben)
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Há hoje um conceito de pobreza muito mais vasto, diferente de outros tempos quando era associada apenas à deficiente condição de alguém obter rendimento suficiente e na mesma proporção consumir. E nesta perspectiva era definida a pobreza em termos absolutos, a partir de um rendimento mínimo, sendo pobres as pessoas que se encontrassem abaixo daquele valor.
Contudo, os contornos da pobreza estendem-se hoje, para além da fome, pela pobreza cultural, ambiental, política etc. No fundo a pobreza é hoje a dificuldade de vencer a barreira que num primeiro estádio cai numa penúria alimentar, arrastando as suas vítimas e por vezes os descendentes numa carência cultural, privando-os do acesso à educação escolar, atirando-os para a exclusão social, tornando-os marginais do bem-estar e da dignidade. Não basta apenas sopa aos pobres.
Num Mundo onde em cada cinco segundos morre uma criança com fome. Onde um terço da população vive com um dollar por dia. Onde mais de 1.300 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza. Onde cinco milhões de crianças morrem com doenças curáveis com uma vacina… falar de exclusão social e pobreza não é referir-se apenas ao conjunto dos países do chamado 3.º Mundo, mas sim a um conjunto de pessoas que, em países desenvolvidos ou subdesenvolvidos, precisam que se lhes seja feita justiça. Durante muito tempo a caridade foi a única forma de lidar com os pobres. Agora, é fundamental pôr a justiça acima da caridade, se com a caridade não conseguimos resolver os problemas de pobreza, estamos a ser injustos ao fazer caridade. A solução? Passa, segundo José Ferrer Benimelli, por completar o ditado chinês: "Se vires alguém com fome, não lhe dês de comer, ensina-o a pescar… e já agora compra o peixe que ele pescar." Se assim fosse, não só se evitariam os 842 milhões de pessoas – 300 milhões dos quais são crianças – com fome no Mundo, como também se ajudaria países subdesenvolvidos a transformarem-se em países em desenvolvimento. Não podemos esquecer que todos nós faremos parte da injustiça se permanecermos passivos perante estes dados e a miséria que existe em todo o mundo, ou mesmo ao nosso lado.
Pensemos nisso!
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Um feliz Natal a todos
André

4 comentários:

  1. Amigo...
    Vc é realmente d+!
    Seu blog é maraaaaaaavilhoso.
    Beleza e Conteudo!!!
    Bjos!!!!

    Jaqueline

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  2. Realmente, acho que se o papai noel existir mesmo, ele morreria de desgosto com o mundo de hj.
    É melhor deixá-lo vivo em nossas mentes, do que mandá-lo à uma favela.
    Papai noel dos ricos...
    Palhaço dos pobres!!

    Amanda

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  3. Acho que a pior pobreza que existe é a pobreza de espírito. Aquela típica de quem ignora àqueles que precisam justamente quando eles mais têm carência, mesmo tendo condições de ajudar...

    Um ótimo 2008!

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  4. Bicho, Parabéns mesmo pelo blog. Não sou muito antenado com essas "paradas" não, mas tive curiosidade em ver o que tu andava escrevendo...e me impressionei pela riqueza de conteúdo e forma além da parte gramatical e literária. Daniel foi teu professor de "prolixismo"??? hehehhehheheh
    Gostei muito do texto das músicas (não porque acho que fui citado...não sei se sou eu o contador de histórias!). Eu tenho duas bandas que sempre me remetem à você: System of a Down e The Cramberries (Claro!).
    Além disso, "vivi" uma boa parte daquele curso com você pela praça da alegria ou Caje...foi um dos tempos que mais aprendi!
    Enfim...você é uma cara extraordinário e está de parabéns pelo blog não menos conceituado.
    Um abração

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Espero que tenha gostado do que acabou de ler.
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