quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Colhemos o que plantamos

Mais uma vez o Brasil se ajoelha diante da violência. Desta vez, de forma brutal uma criança foi assassinada, arrastada por um carro em alta velocidade, presa ao cinto de segurança do veículo, durante um assalto no Rio de Janeiro.
Uma família que honrrava todos os deveres de cidadão, mas que não teve seus direitos respeitados, principalmente o direito a vida.
- Que direito? Se existisse de fato um estado de direito, não precisaríamos de carros blindados e muito menos de grades nas janelas. A grande maioria do povo brasileiro, não possui carro e pegam dois ou mais ônibus todos os dias correndo risco de assaltos. É surpreendente encontrar um brasleiro que nunca foi assaltado. - Eu já Fui!
O problema é que o estado brasileiro está organizado sobre um modelo administrativo que não serve para ele. Um casso chocante como este crime, traz de volta todo um discurso sobre segurança pública, violência, drogas e mudanças no código penal brasileiro. Um dos pontos mais debatidos nesse momento é a redução da maioridade penal. Triste admitir, mas isso não irá resolver nada. O adolescente marginalizado, viciado e ladrão de hoje, será o “Beira-Mar” de amanhã, e foi criado pela mesma sociedade que hoje, insatisfeita, acende velas em protesto contra a violência urbana.
O Brasil é uma fábrica de marginalizados. Um país que não cuida de suas crianças, que joga seus filhos na rua sem educação, saúde, saneamento e emprego, colhe os frutos de sua irresponsabilidades. Precisamos lembrar daquele velho ditado popular: “as crianças serão o futuro da nação”. Nomes como “Marcola” e “Elias Maluco” já foram crianças e como eles existem milhares de outras no país estudando com afinco nas escolas do crime.
Precisamos mudar o que está errado, reduzir a maioridade penal, não vai acabar com a violência, apenas vai mascarar um fato e desviar a atenção do que precisa ser feito realmente e com urgência.
A violência no Brasil está diretamente ligada ao entrave de nossa economia. O país precisa crescer de verdade. Com o PAC, o governo tenta nos vender como uma solução fantasiosa, que qualquer aluno do segundo ano do meu curso de economia com uma visão mais crítica, pode perceber, que do jeito está, não funcionará. Um crescimento de verdade é baseado no aumento da produção, gerando mais emprego e renda para o país.
O 1° Governo Lula foi caracterizado por um aumento considerável do crédito direcionado ao consumo. Como conseqüência disso uma economia aparentemente aquecida e milhões de pessoas endividadas, sem emprego e sem perspectivas. De que adianta ter bilhões de reais em caixa e milhões de pessoas passando fome. De que adianta o país fechar o ano com saldo na balança comercial e possuir um enorme déficit na Balança de Pagamentos.
Faz-se necessário uma mudança de consciência. "Fazendo a mesma coisa de sempre, não podemos esperar um resultado diferente" - já disse Robert Kiyosaki.
Contudo, não podemos cobrar respeito daqueles quê cuspimos e marginalizamos durante toda uma vida. Enquanto a sociedade não abrir os olhos, um caso como esse do menino João Hélio, será apenas mais um, entre outros que com certeza ainda irão acontecer.
Pensemos nisso!

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(Texto de André Alves de lima)
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2 comentários:

  1. "De quê é feito o mundo, afinal? De pessoas ou de máquinas auto-destrutivas?"

    George Hebert

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  2. Não moro na capital, consequentemente não tenho ba... Não moro na capital, consequentemente não tenho banca pra fazer nenhum comentário à altura das suas observações. Pra ser bem sincera, entendo tão pouco de política que me sinto até sem graça ao falar algo a respeito. Quanto à célebre frase "Deixa o Mago trabalhar!" te digo que aqui em Campina ela é bastante vista!
    E obrigada pelo comentário. Você disse tudo: Rimos do tombo e não da queda! ;) Espero aprender cada vez mais com essas situações. E sinta-se convidado a voltar sempre!
    (Aliás, que curso fazes na UFPB?) Beijos da Cinderellah ;D

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